Da Primeira Guerra Mundial às colinas de Hollywood, passando pelas forças navais italianas, pelo mundo do mergulho profissional e pela atraente Ferrari, a história da Officine Panerai é marcada pelo grande impacto que causou nos mais variados ambientes.
A Panerai tem a sua origem no ano de 1860, quando Giovanni Panerai abre uma loja na cidade italiana de Florença, com o apoio de alguns dos grandes mestres suíços da relojoaria. No virar do século a marca iniciara já a sua relação de quase um século com a marinha italiana, especializando-se em acessórios de alta precisão.
Esta parceria levou à criação daquele que é sem dúvida o maior contributo da Panerai para a relojoaria: os ecrãs luminosos. Estes equipamentos inovadores foram utilizados nas duas Guerras Mundiais e aperfeiçoados com o tempo: a marca criou acessórios militares como lanternas subaquáticas, bússolas, mecanismos de precisão aplicados a torpedos e os verdadeiros legados, os relógios Radiomir e Luminator.
Ao longo dos anos, a actividade da Panerai era localizada e específica, não sendo uma marca com a mesma actividade e vivacidade comercial que outras relojoarias. O fim da relação com a Marina Militare, em 1993, veio por isso colocar a empresa em dificuldades. Mas a sorte viria a mudar, apenas dois anos depois.
Fruto do acaso, o actor Sylvester Stallone compra um Luminator numa visita a Roma, usando-o pouco depois num filme. Gostou de tal forma do relógio que encomendou uma edição de 50 exemplares com a sua assinatura – a edição especial SlyTech – que ofereceu a amigos. Isso desencadeou uma reacção que incluiu a presença de relógios Panerai em vários filmes norte-americanos e, em 1997, a compra da empresa pelo grupo Richemont (detentor de marcas de luxo como IWC, Cartier ou Montblanc).
A marca foi então reestruturada e lançada à escala global, ao mesmo tempo que se deslocava a sua fábrica de produção para a Suíça. O longo historial com as forças navais reflecte-se na personalidade actual da marca, com modelos que transportam para a actualidade o rigor e a precisão exigidos pela Marina Militare: relógios concebidos não só para estar dentro de água, mas para resistirem a condições adversas.
À semelhança de outras marcas, também os relógios Panerai têm um traço identificativo comum, uma constante superior à diversidade dos modelos, sempre presente há várias décadas.
O principal traço será inevitavelmente a protecção da coroa dos modelos Luminor, hoje um detalhe mais estético que prático, mas cujas origens remontam ao relógio como equipamento militar da marinha italiana. Mais presente está o mostrador de segundos às 9 horas, presente quer nos Luminor, quer nos Radiomir – com a excepção dos modelos com cronógrafo, por razões óbvias.
A revitalização da empresa que a integração no grupo Richemont permitiu, levou a um importante marco no ano de 2005: a criação do primeiro movimento Panerai, fazendo de si uma das poucas marcas com essa capacidade (ainda que a tendência para os próximos anos seja inversa, no seguimento do ultimato da ETA SA).
O primeiro fruto desta nova vertente, o P.2002, trata-se de um “simples” movimento mecânico manual, o começo perfeito de uma linha que conta já com vários outros: o P.2003, um movimento automático com uma surpreendente autonomia de 10 dias; P.2004, cronógrafo manual; e por fim o P.2005, o grande motivo de orgulho do departamento criativo da Officine Panerai – um movimento mecânico manual com um turbilhão inovador, desenhado para combater não só a influência da gravidade em posição vertical, mas também horizontal.
Desde a internacionalização que a Panerai tem quatro colecções específicas. No entanto, podemos mesmo considerar que tudo se resume a dois modelos: Luminator e Radiomir, a partir dos quais deriva toda a oferta disponível.
Outra das grandes vitórias recentes foi o celebrar da parceria com a Ferrari, fazendo da Panerai a marca oficial de relógios da construtora mais famosa do planeta. Subdividida em duas colecções – Granturismo e Scuderia – trata-se de um modelo fisicamente semelhante aos Luminator mas com um visual mais agressivo, em consonância com a forte personalidade da Ferrari.
Esta gama tem também uma bela edição limitada, na qual a versão de 2007 incluía calendário perpétuo.
Se até 1997 a Panerai era uma marca algo fechada e difícil de encontrar, a entrada para o grupo Richemont levou à sua presença nos cinco continentes. Tem hoje um total de 7 lojas próprias, incluindo a histórica boutique em Florença, que funciona simultaneamente como o “museu” da marca.
Em Portugal e no Brasil será difícil de encontrar um revendedor autorizado, mas não impossível. São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza são as cidades brasileiras onde a Panerai está presente; Lisboa, Porto, Valença e Faro no caso de Portugal.